terça-feira, 14 de março de 2017

Foi dada a largada! Primeiro dia de aula.

Itajubá, 07 de março de 2017
Hoje foi nosso primeiro dia de aula.
Apresentação dos alunos, divulgação da agenda do CEDUC, apresentação da disciplina, conteúdos, ementa, etc.
Primeira atividade: Resumo do Texto.
Então vamos iniciar os trabalhos!



RESUMO
UMA ABORDAGEM SOBRE CURRÍCULO E TEORIAS AFINS VISANDO À COMPREENSÃO E MUDANÇA
Shirley Cristina Lacerda Malta






A questão do currículo apresenta grande importância no processo educacional dado que faz parte integrante do dia‐a‐dia da escola e exercerá influência direta nos sujeitos que fazem parte do processo escolar e da sociedade em geral, determinando a visão de mundo não só dessa sociedade, mas também de nossas atitudes e decisões nesse meio. Dessa forma, currículo passou a ser visto como um campo profissional de estudo e pesquisas, fazendo com que surgissem outras teorias para questioná‐lo e tentar explicá‐lo.
INICIANDO A CONVERSA SOBRE CURRÍCULO
A definição de currículo, está comprometida, de forma explícita ou não, com uma época histórica, com uma corrente pedagógica, com uma teoria de aprendizagem. O currículo se concretiza no cotidiano da sala de aula e ainda quem nunca foi professor, mas foi aluno, tem uma grande experiência de currículo, pois o vivenciou em sua plenitude.
Quando se pergunta o que é currículo, trata-se de entender currículo como o pensar e o agir a respeito das seguintes questões:
Para que ensinar? A quem ensinar? O que ensinar? Como ensinar?
O currículo tem uma especificidade muito particular. Trata‐se de uma área impregnada de valores, ideologias, forças, interesses e necessidades e exige, para uma definição mais exata, a explicitação de um quadro de referência filosófica, histórica, política.
Domingues (1985, p. 27) reitera a posição de John Goodlad (1979) afirmando que, na verdade, existem diferentes situações de currículo percebidas em sala de aula:

a) um currículo formal – prescrito como desejável de forma normativa;
b) um currículo operacional – que realmente ocorre e pode ser observado em sala de aula;
c) um currículo percebido – que o professor diz estar desenvolvendo;
d) um currículo experenciado – que é percebido pelos alunos e ao qual eles reagem.
A professora Doutora Jesus Maria Sousa mostrou que aquilo que o currículo é depende precisamente da forma como ele é definido pelos diferentes autores e teorias.
CURRÍCULO : DIFERENTES TEORIAS
Algumas teorias sobre o currículo apresentam‐se como teorias tradicionais, que pretendem ser neutras, científicas e objetivas, enquanto outras, chamadas teorias críticas e pós‐críticas, argumentam que nenhuma teoria é neutra, científica ou desinteressada, mas que implica relações de poder e demonstra a preocupação com as conexões entre saber, identidade e poder. As diferentes teorias do currículo se diferenciam, inclusive, pela ênfase que dão à natureza da aprendizagem, do conhecimento, da cultura, da sociedade, enfim, à natureza humana.
TEORIA TRADICIONAL
A teoria tradicional procura ser neutra, tendo como principal foco identificar os objetivos da educação escolarizada, formar o trabalhador especializado ou proporcionar à população uma educação geral, acadêmica.
TEORIAS CRÍTICAS
As teorias críticas preocuparam‐se em desenvolver conceitos que permitissem compreender, com base em uma análise marxista, o que o currículo faz. No desenvolvimento desses conceitos, existiu uma ligação entre educação e ideologia.
As teorias se apresentaram, então, de um lado, críticas, baseadas nas estruturas políticas e econômicas e na reprodução cultural e social e, por outro lado, surgiram as críticas inspiradas em estratégias interpretativas de investigação, como a fenomenologia e a hermenêutica.
TEORIAS PÓS CRITICAS
Podemos começar a falar sobre as teorias pós‐críticas analisando o currículo multiculturalista que destaca a diversidade das formas culturais do mundo contemporâneo. Em relação ao currículo, o multiculturalismo aparece como movimento contra o currículo universitário tradicional que privilegiava a cultura branca, masculina, europeia e heterossexual, ou seja, a cultura do grupo social dominante. A partir dessa análise, houve a proposição de que o currículo também incluísse aspectos de formas mais representativas das diversas culturas dominadas. Assim surgiram duas perspectivas: a liberal ou humanista e a mais crítica
A linha liberal defende ideias de tolerância, respeito e convivência harmoniosa entre as culturas, e a visão crítica pontua que, dessa forma, permaneceriam intactas as relações e poder, em que a cultura dominante faria o papel de permitir que outras formas culturais tivessem  seu “espaço”. “O multiculturalismo mostra que o gradiente da desigualdade em matéria de educação e currículo é função de outras dinâmicas, como as de gênero, raça e sexualidade, por exemplo, que não podem ser reduzidas à dinâmica de classe”.
Dessa forma, a intenção era que os currículos percebessem as experiências, os interesses, os pensamentos e os conhecimentos femininos, dando‐lhes igual importância.
O currículo oficial valorizava a separação entre sujeitos, o domínio e o controle, a racionalidade e a lógica, a ciência e a técnica, o individualismo e a competição, tudo o que reflete experiências e interesses masculinos.
UM DIÁLOGO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA
Como o currículo organiza as funções da escola e os seus elementos refletem seus objetivos, devemos dar a importância devida a esse processo e perceber que a escola  precisa ter o seu currículo, não apenas como grade curricular, mas abrangendo de forma interligada todas as suas finalidades, as quais já foram pontuadas.
Para melhor compreensão do significado do currículo no processo educacional é  necessário conhecer os caminhos pelos quais percorreram seus estudos, as teorias sobre ele, as suas principais questões e como as mesmas interferem em nossa prática. Podemos perceber a educação sob uma nova perspectiva,  o currículo é cheio de intenções e significados relações de poder e de espaço.